Passei pelo extremo Hades
Pelos vales da sobra da morte
E mesmo assim, a paz habitava em mim
Vi horrores descabidos...
Seres aniquilando outros seres...
Vi a fome...
A dor...
A tristeza...
A loucura...
E eu era tal como um espectador
A tudo via e ouvia e nada me atingia
Vi a Destra ao atravessar ponte semidestruída
No entanto ela não vacilou um segundo de minha passagem
Terminado o trajeto ela ruiu e desabou estrondosamente
O som de sua voz me guiou o caminho todo
E sua árvore me deu o fruto para saciar a fome
A chuva aliviou minha sede e refrescou meu corpo
Dormi em teto quente em noites de frio
E em rede ao relento em noites de lua
Nunca me faltou uma mão amiga no trajeto
Nem tampouco alguém para ajudar e compartilhar
Para manter o equilíbrio do sistema
O preceito é perfeito, e tudo deve ser feito sem uma segunda intenção
Porque a perversão do ato anula a boa ação
Terminei a jornada revigorado e renovado
Agradeço ao Pai o aprendizado e já me ponho para uma nova jornada
Novas Terras... Novos Hades... Novos Irmãos...
