Eu busquei sua presença nos ermos confins
A fim de justificar minha existência
Um vazio angustiante dominado pela fúria dos desejos
E um ensejo escondido atrás da porta
No portal um semblante
O olhar vazio e a busca de um vislumbre
No lume da noite escura
No silencio a ave pia e espia minha culpa
Voa para o além... Talvez seja um anjo
Todos animais não serão?
E eu no serão da noite adentro
Na porta... Que importa???
Fecho os olhos
Vem o silencio...
E com ele a paz...
A voz...
__Me procuras filho meu?
Meu coração tímido acena
E encena uma mesura
__A caso não sabes que estou dentro de ti, desde o início dos tempos???
Meu coração mudo
Não se move
__Porque insistes sempre em me procurares do lado de fora. Isso te distrai!!!
Meu coração bate
Descompassado, a passos acelerados
__Tudo meu filho e Alquimia. Uma mistura de tudo. Não estas só nunca. Pois fazes parte de minha incomensurável criação
Meu coração passa ritmar
E rimar poeticamente (já estou assimilando)
__E sendo tu parte do todo, também crias o tempo todo sem sessar um segundo se quer
Meu coração seguro responde
__Perdão Pai, agora entendo
__Filho, em verdade, não precisa pedir o que já é seu por direito. Apenas distribui a centelha sem moderação e multiplica sua benção!!!
Abri os olhos, me levantei, e levante a fronte. O pássaro estava lá novamente e mudo me sorria, retribui e disse: “sim a benção é sua também”. Fechei a porta e deitei em meu leito, onde um deleite imenso me possuiu... Um sonho... Uma visão... Da casa... Da morada... Destinada a todos nós...
