No fio do navio
Um leme e um lema
O vento um açoite na noite perene
Os elementos sob aviso, sem siso
A chuva intensa lavando o ar inquieto
O relâmpago iluminando e rasgando de forma voraz o céu azul escuro
E a terra tão distante dos olhos, era tal como um sonho num sono profundo
Eu na nau com minha fé tão alta, no cimo da gávea
As velas recolhidas, atentamente observavam
E o Grande Arquiteto de cima sorria para mim
Esse sorriso me dava um animo tão grande
Que me punha a cantar uma canção deverás antiga
De repente como em um concerto os sons dos elementos passaram a me acompanhar
E o que era uma terrível tempestade, tornou-se na mais bela sinfonia
E o Grande Arquiteto sorria para mim
Sentia sua mão firme porem suave me guiando noite adentro
E no último retumbar do tambor, o dilúvio se cessou
Senti-me como um Noé no fim da turba
Tudo foi se acalmando e já pude desfraldar o amanhecer da aurora
O Grande Arquiteto aplaudia
Me senti revigorado e digno...
